quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

GOLES DE POESIA




Respirei fundo o amanhecer
De um novo dia. Puxei lençóis
Perfumados de amor, adornos
De uma noite sem fim...

Levitei aromas, levantei pra vida!

Retirei da cama a flor caída
Pétala por pétala, algumas
Maceradas como uvas
A prover o vinho,

Tomei em goles uma xícara
De poesia e sentei ao sol
Para ouvir passarinhos...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SONHO DE NATAL

Tudo que eu quero
É poder amar de verdade
Conhecer lugares inimagináveis
Brincar nas barbas do Papai Noel
Lançar no mar meu barquinho de papel

E sonhar...
Sonhar... Sonhar sempre!

Quem sabe num sonho, o barquinho me levasse
Pra um lugar encantado onde a Paz
E o Amor entre os Homens,
Animais e Plantas
Prevalecessem!

Um lugar
Onde Meus filhos
Todos os filhos crescessem
Na mesma certeza de um amanhecer
Melhor!


Feliz Natal!

Com esta mensagem, abraço todos os amigos, no desejo
de um Natal intensamente iluminado!


quarta-feira, 15 de abril de 2009

Teu corpo moreno...

Suado, molhado
Sereno... suave veneno
Em gotas de orvalho!

terça-feira, 31 de março de 2009

MENINOS DE RUA (CRÔNICA)





Há poucos dias atrás estávamos eu, esposa e filho de oito anos, visitando a exposição das tartarugas do projeto TAMAR, numa praia de minha cidade. Três "meninos de rua" apareceram também por lá, eram inquietos, falantes, perguntavam sobre tudo, o meu filho que é um tagarela nato, foi logo se aproximando deles e passou a fazer parte do grupo, com perguntas e às vezes, com respostas a uma e outra pergunta dos meninos.

Notei que algumas mães, disfarçadamente iam retirando seus filhos de perto dos meninos e ao mesmo tempo, olhavam com um certo ar de repreensão para minha esposa, provavelmente recriminando-a por permitir que nosso filho conversasse e brincasse com aqueles "meninos de rua". Notei também a insatisfação das crianças e um pouco de revolta no olhar de algumas, porque não queriam deixar o local naquele instante. Percebiam as crianças, que estavam saindo por conta daqueles meninos de pés no chão.

As nossas crianças logo se tornarão adultas e com elas crescerão também, o desprezo, a indiferença com os mais necessitados ou com os menos favorecidos, como prefere a sociedade burguesa chama-los, talvez por achar mais elegante.

Nas comunidades carentes os "meninos de rua", vão cada vez mais, sendo afastados dos olhos de nossos filhos, colocamo-nos como se fossem os lados ruins da sociedade.

Afastados pela sociedade de sua condição primária de “ser humano”, eles vão sendo tratados como seres inferiores, sem direito ao lazer, cultura, educação e até mesmo a alimentação. A sociedade, muitas vezes esquece que os "meninos de rua" também crescerão tão quais os nossos filhos, mas, se tornarão homens revoltados com tanta indiferença, com tanta desigualdade, com tanto despreparo, que não conseguirão mais, reconhecer na sociedade à sua semelhança.

Acabarão por nos agredir, machucando-nos, matando-nos, abatendo-nos como se animais fôssemos, porque certamente para eles, não passaremos disto. Está mais do que na hora, de olharmos com outros olhos para aqueles que são iguais a nós, possuem as mesmas necessidades, almejam a mesma felicidade e que por um motivo qualquer, não conseguiram acompanhar a evolução social e econômica da minoria de nossa sociedade. Não podemos exigir compreensão, se não os compreendemos, não podemos exigir respeito se não os respeitamos.

SAUDADE PERFUMADA!




A flor que perfuma
o meu caminho, nasceu
numa estrada
que nem conheço

O perfume que exala
em lençóis-linho
Nasceu de uma flor
Que nunca esqueço.

segunda-feira, 30 de março de 2009

TEOREMA DA AMIZADE


O abraço é a menor distância entre dois amigos!


Imagem (WEB)

A PRIMEIRA TRANSA A GENTE NUNCA ESQUECE (HUMOR)






Foi há muito tempo atrás, nem lembro mais ao certo, acho que tinha quinze ou dezesseis anos de idade. Foi mesmo um dia hilário muito diferente de todos até então por mim, vivido. Um dia daqueles que só se tem uma vez ou outra na vida.

Havia sido convidado por uma senhora de trinta e dois anos, para um encontro íntimo. Lógico que eu e ela mentimos, ela dizia ter vinte e seis e eu disse para ela uns vinte. Marcamos lugar e hora, era uma tarde de verão, disse em casa que iria ao cinema com um amigo, mas, lógico que menti de novo e mudei itinerário.

Lembro-me como se fosse hoje, me olhou de cima em baixo, fixou os olhos lá pelo meio, lascou um beijo gostoso, um abraço apertado e foi me pegando pelo braço, conduzindo-me ao hotel mais próximo.

Bem, as idades foram desmascaradas logo na entrada, pediram nossas identidades, eu ainda nem tinha idade para ter uma. Fiquei sem saber o que dizer, ela tentou amenizar o constrangimento mostrando a dela e o moço da portaria, fez questão de incriminá-la, falando o nome e data de nascimento, como quem estivesse pensando alto, sem ter como apresentar os documentos, o senhor olhando para ela disse: Já viu que ele é menor de idade, isso vai me causar problemas, ela insistiu e ele retrucou vocês têm meia hora, não mais do que isso.

Olhamos um para o outro e antes que ele mudasse de ideia seguimos a passos largos corredor a fora procurando o quarto. Ela se aproveita da grandiosidade que o momento desperta, faz cara de esperta, desce do salto, sobe na cama me puxa pela camisa e sem que eu percebesse, lá estava ela sem a calcinha jogando-me pra cima. Verdade seja dita, nunca subi tão alto como naquele dia. Senti-me como uma criança grande andando numa gangorra voadora, estava adorando aquilo e a gangorra levava-me cada vez mais alto, aquela seria minha primeira transa de verdade.

Eu ali, sem saber o que fazer direito com aquilo tudo, por um outro lado, ela mulher experiente tomou as rédeas do cavalo e cavalgou além infinito.
Assustado e adorando tudo aquilo, fiquei impressionado com os abraços de pernas que recebia e num entra e sai fervoroso, ia jogando o corpo dela para fora da cama.

Era uma muvuca danada, um monte de pernas, duas em cima da cama, outras duas apoiadas no chão, sem contar com as três pernas da cama, isso mesmo, não sabia ainda que no lugar de uma das pernas, existia uma lata de leite em pó e como a cama parecia estar viva, andando para todos os lados aconteceu o inevitável, um estrondo, dois gritos e aquela batalha a sete pernas teve de ser interrompida.

A cama coitada, acabou quebrando mais uma de suas pernas e a do mesmo lado, o que nos jogou bruscamente ao chão. Quase que o ocorrido me deixou no meio do caminho, mas, a minha vontade era de principiante, nem dei bola para o sucedido, lembrei da meia hora, tratei de puxar um tapetinho amigo e terminei aquele o “vuco vuco”, ali mesmo no chão.

No principio fiquei com ódio danando da cama, mas depois achei uma delícia, mas, mesmo antes que eu pudesse pensar na próxima transa, bate à porta o porteiro preocupado, tudo bem aí? Perguntou o senhor, que barulho foi esse? Olha que esse rapaz é menor de idade, veja lá o que a senhora vai me arranjar. Foi nada não, tratei logo de responder, foi a danada da cama que o senhor nos arranjou, com uma perna de menos, no lugar dela uma lata de leite em pó, do outro lado da porta, ouvimos uma gargalhada, vamos lá garoto você só tem mais dez minutos. Disse-me o irônico senhor.